1. |
Chá das Cinco
02:41
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Acordo de um sonho pintado a aguarela
Depois de vinte alarmes, corro para me arranjar
Abro as cortinas, espreito à janela
Já é dia inteiro e nem vi o sol chegar
Os pés torcem na calçada
Danço como shiva
Cansada acabo uma estrada
Boca seca sem saliva
Chá de folhas ou flores
Cala a voz das minhas dores
Preto, branco ou de alecrim
Vermelho, verde ou de jasmim
Dia escuro, céu nublado
Fim da tarde na cidade
Regresso a casa e ao passado
Entram as lembranças, mergulho saudade
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2. |
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O medo de partir
Não te agarra mais
A vontade de sair
Larga o apego dos pais
Vais fartar-te de andar
Até onde eu não vou estar
Vais ver a vida passar
E mil contas por pagar
Lá vais ser feliz
É o coração que diz
Queres tudo de uma vez
Respira fundo conta até três
Se o amor vence a saudade
Vai por mim, prova a verdade
Sei que é assim, tens de ir para outro lugar
Ir atrás do que mais gostares
Vais fartar-te de andar
Até esse outro lugar
Vais ver a vida passar
Não percas tempo a pensar
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3. |
Da Cabeça Aos Pés
03:49
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Não me venhas com mentiras
Golpes baixos ou intrigas
Que eu não vou estar a ouvir
Não assoles os meus passos
Olha que o caminho é estreito
E não te vais ficar a rir
Confronto a tua voz
Pergunto e nós
Espetas-me no peito
Um não sem preceito
Espero por ti assim
Por seres quem és
Da cabeça aos pés
Não acatas uma injúria
Minha infâmia passa a tua
Será que não consegues ver?
Passa uma, passam duas
Passa o mundo inteiro em prosa
E tu és vírgula airosa
Troco o meu passo e passo por ele
Arrepia-se a pele
Dou-lhe o meu melhor abraço
E sussurro ao ouvido dele
Digo coisas que nunca
Iria dizer em voz alta
Esqueço as horas
Se é noite ou dia
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4. |
A Chuva Vai Passar
02:53
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Há ouro, tesouro, no fim do arco-íris
Se não vacilarmos, vamos lá chegar
Agora, é hora, de atingir a claridade
Deixar tudo o que te pese, fugir desta cidade
Vem, que a chuva vai passar
Sei de um lugar
Para pôr fim aos tempos de azar
Areia nos olhos, difícil de sarar
Causa desconforto a quem a tentar tirar
Portas fechadas que nunca hão de abrir
Quebrem-se janelas que te deixem existir
Vem, que a chuva vai passar
Sei de um lugar
Para pôr fim aos tempos de azar
Vem. O céu está a abrir
A vida é a seguir
Não te deixo desistir
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5. |
Até Três
03:43
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Olhos derretem-se em lágrimas
As lágrimas molham o rosto do crocodilo
Trocam-se as prendas no natal
Todos os anos é igual
Usam-se máscaras de carnaval
Mas ninguém parece levar a mal
Deixa viver, deixa morrer
À vontade do freguês
Deixa viver, deixa morrer
Deixa contar
Até três
Olhos derretem-se em lágrimas
As lágrimas saram as feridas da guerra
Digo o que quero dizer
Leio em voz alta para me entreter
Deixa-me ser o que quero ser
Acho difícil alguém me demover
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6. |
Azul
02:38
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MÚSICA | Tomás Branco
LETRA | Rita Borba, Tomás Branco e Pedro de Tróia
Gritos na rua
Lá ao longe o mar
Reflete a lua
Corpos a brilhar
Atlântico inteiro
Oceano meu regalo
Oiço as tuas ondas
Prometo ser embalo
Azul do céu, azul do mar
Faz-me acreditar
Ilumina-me a alma
Num suspiro que acalma
As ondas espalham
Bravas melodias
Enquanto adormeço
Rebentam nas baías
Fazem-no seguras
De que irão voltar
Guardam as memórias
Nos búzios do mar
Azul do céu, azul do mar
Faz-me acreditar
Ilumina-me a alma
Num suspiro que acalma
Vento na cara que vem por bem
Escrevo um desejo para o ano que vem
Azul do céu, azul do mar
Ensina-me a cantar
Nas nuvens, inspiração
A cada onda, uma canção
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7. |
Erva-Príncipe
02:55
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Ao sol perdes cor
Esse verde, verde esperança
A ferver ganhas sabor
Que me lembra toda a infância
Dessa água vou beber
Para acalmar este tormento
Que me faz entristecer
Sem esquecer que há alento
Diz-me afinal,
Quem sou eu, quem posso ser
Diz-me tu quem me quer mal
Neste meio mundo a arder
Diz-me afinal
Quem sou eu, quem posso ser
Dá-me o remate final
Dá-me impulso para viver
Tens o dom de entorpecer
O mal que trago em mim
Abraça-me ao anoitecer
Não me mostres nenhum fim
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8. |
Nuvem Negra
08:16
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Este Inverno não vou sentir o frio
O meu corpo quente sente o teu calor
O teu sangue a ferver
A tua pele é testemunha do que digo
Como não consegues ver?
Que se levante o véu
Nuvem negra que não
Deixa ver o céu
O sol ardente
Que se levante o véu
Nuvem negra que não
Deixa ver o céu
A verdade não vem com a idade
Isso eu sei de cor
Se errar é humano,
Também o é pensar
Para não voltar a errar
No outro dia impus-te a minha condição
E água doce era salgada
Viste o Tejo chorar até ao mar
Não sentiste nada
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